Paris mantém o primeiro lugar como destino urbano mais atrativo do mundo em 2023

Paris mantém o primeiro lugar como destino urbano mais atrativo do mundo em 2023

Paris manteve o título de cidade-destino mais atractiva do mundo para 2023, de acordo com o índice anual Top 100 City Destinations da Euromonitor International.

A empresa de pesquisa de mercado global comparou 100 cidades em 55 métricas que abrangem o desempenho económico, o turismo, as infra-estruturas, a política, a saúde e a segurança e a sustentabilidade.

A Europa domina o Top 10

Sete das 10 principais cidades em 2023 estão na Europa, com Dubai (2º), Tóquio (4º) e Nova York (8º) como os únicos destinos não europeus.

Tóquio entrou no top 10 pela primeira vez, subindo para o quarto lugar, graças à melhoria das infra-estruturas turísticas, como a flexibilização dos regulamentos relativos à COVID-19 e o enfraquecimento do iene, que atraiu mais visitantes.

Enquanto a Europa comandou os lugares cimeiros, a Ásia teve uma forte representação mais abaixo na lista das 20 principais cidades, com Singapura (11.º), Seul (14.º), Osaka (16.º) e Hong Kong (17.º).

As 20 principais cidades em geral são:

  1. Paris, França
  2. Dubai, Emirados Árabes Unidos
  3. Madrid, Espanha
  4. Tóquio, Japão
  5. Amesterdão, Países Baixos
  6. Berlim, Alemanha
  7. Roma, Itália
  8. Nova Iorque, Estados Unidos
  9. Barcelona, Espanha
  10. Londres, Reino Unido
  11. Singapura
  12. Munique, Alemanha
  13. Milão, Itália
  14. Seul, Coreia do Sul
  15. Dublin, Irlanda
  16. Osaka, Japão
  17. Hong Kong, RAE de Hong Kong
  18. Viena, Áustria
  19. Los Angeles, Estados Unidos
  20. Lisboa, Portugal

Os recém-chegados entram no Top 100

Este ano, quatro recém-chegados entraram na lista dos 100 melhores da Euromonitor: Washington DC (48º), Montreal (68º), Santiago (88º) e Vilnius (92º).

A sua entrada deve-se à melhoria do desempenho turístico.

Os mercados desenvolvidos continuaram a dominar os primeiros lugares, uma vez que a maioria das principais cidades provém de economias maduras.

Forte recuperação das viagens internacionais em 2023

De acordo com o Euromonitor, as viagens internacionais registaram uma forte recuperação em 2023, com um aumento de 38% nas viagens, prevendo-se que atinjam 1,3 mil milhões no final do ano.

Este sentimento foi ecoado pela Organização Mundial do Turismo das Nações Unidas, que informou que em 2023 as viagens internacionais registarão uma recuperação de quase 90% dos níveis pré-pandémicos.

Um fator fundamental foi a reabertura das fronteiras pela China e a supressão das regras de quarentena, o que permitiu o regresso do turismo emissor chinês.

Prevê-se que as despesas globais com o turismo atinjam 1,7 biliões de dólares em 2023.

Em termos de chegadas internacionais, Istambul registou o maior crescimento anual, com 26%, seguida de Londres, com 17%, e do Dubai, com 18%.

Hong Kong (mais 2.495%) e Banguecoque (mais 142%) registaram as maiores expansões, uma vez que foram dos últimos centros asiáticos a reabrir após a COVID.

Preocupações com a sustentabilidade e o excesso de turismo

O Euromonitor assinalou a sustentabilidade e o excesso de turismo como preocupações constantes das cidades globais.

Os viajantes procuram agora comodidades amigas do ambiente, como energias renováveis, construção ecológica e transportes sem emissões.

As cidades estão a melhorar a sustentabilidade para aumentar a competitividade.

No entanto, o excesso de turismo traz desafios como os danos ambientais e os efeitos nas comunidades locais.

Algumas cidades impuseram restrições ou impostos para limitar os turistas. Outras promovem destinos alternativos para dispersar os viajantes.

Gerir o crescimento e implementar práticas sustentáveis continua a ser um ato de equilíbrio importante.

Perspectivas atenuadas pelo risco de recessão

Em termos prospectivos, a Euromonitor espera que as pressões sobre o custo de vida e a inflação reduzam a procura turística em 2024-2025.

Os consumidores optarão provavelmente por destinos mais baratos e mais próximos de casa.

Em alternativa, os viajantes farão o seu melhor para viajar para destinos com um orçamento limitado.

A volatilidade geopolítica também representa um risco. Uma potencial recessão mundial poderá travar significativamente a retoma do turismo.

O que significa para os visitantes da UE

O facto de o relatório se centrar na competitividade dos destinos urbanos tem implicações para os visitantes da UE na era do ETIAS.

O ETIAS, o Sistema Europeu de Informação e Autorização de Viagem, será lançado em maio de 2025.

Cidadãos de mais de 60 países precisarão do passe online do ETIAS para visitar o Espaço Schengen europeu.

Com o requisito do ETIAS a aproximar-se, classificações como a do Euromonitor indicam quais as cidades que se podem tornar mais populares para os viajantes com destino à UE provenientes de países do ETIAS.

A análise pode ajudar os candidatos ao ETIAS a pesquisar quais os pontos de interesse urbano a incluir em futuros itinerários na Europa.

Impacto na política de imigração da UE

O índice também sugere como a melhoria da competitividade das cidades pode influenciar a política de imigração da UE.

As nações da UE devem atrair talentos altamente qualificados para impulsionar o crescimento económico.

Entretanto, o envelhecimento da população exige migrantes em idade ativa.

As cidades globais com melhores classificações são ímanes para os migrantes e expatriados que os países da UE querem atrair.

Por exemplo, o 6º lugar de Berlim indica que a capital alemã oferece as experiências urbanas procuradas pelos imigrantes, como os trabalhadores do sector tecnológico ou os empresários.

Numa altura em que os Estados da UE ponderam as reformas em matéria de imigração, a obtenção de uma boa classificação enquanto destino urbano atrativo será uma vantagem fundamental.

Os decisores políticos da UE que elaboram as estratégias de imigração pós-ETIAS devem ter em conta o que torna as suas cidades atractivas para o talento global em relação aos seus rivais urbanos.

Gerir o delicado equilíbrio do turismo

O índice de 2023 da Euromonitor apresenta um quadro otimista para o renascimento do turismo mundial após a perturbação provocada pela COVID-19.

Cidades como Paris e Tóquio lideram o grupo como principais pólos de atração para os viajantes internacionais.

No entanto, o crescimento do turismo traz potenciais prejuízos, como a sobrelotação, os danos ambientais e os efeitos na vida dos residentes.

As cidades têm de encontrar um equilíbrio delicado entre atrair visitantes e atenuar as desvantagens do turismo.

A sustentabilidade é fundamental para enfrentar este desafio.

As cidades devem implementar práticas amigas do ambiente e, ao mesmo tempo, promover os sítios culturais para além das principais atracções.

É crucial gerir os fluxos turísticos para evitar a sobrelotação e distribuir os benefícios económicos de forma mais equilibrada.

As perspectivas são incertas devido à inflação e ao risco de recessão iminente.

No entanto, políticas sólidas que dêem ênfase ao desenvolvimento sustentável podem ajudar as cidades a prosperar como destinos atractivos mas responsáveis.

Os viajantes mais experientes também podem optar por locais menos concorridos que ofereçam experiências locais autênticas.

Com um planeamento cuidadoso, as cidades podem revigorar o turismo, garantindo que os seus impactos positivos superam os negativos. Se tudo for feito corretamente, tanto os destinos como os visitantes podem prosperar.