Hungria dobra postura anti-imigração em meio à pressão da UE

Hungria dobra postura anti-imigração em meio à pressão da UE

Enquanto a União Europeia (UE) se prepara para implementar seu pacto migratório, a Hungria se mantém firme em sua abordagem rigorosa à imigração ilegal.

Os principais líderes da Hungria criticaram os planos de Bruxelas de acelerar a distribuição de migrantes e iniciar campanhas de apoio à imigração nos países-membros.

Preocupações com o pacto migratório da UE

O pacto migratório da UE, previsto para começar neste verão, visa facilitar a distribuição de migrantes entre os países-membros.

Cada nação terá seis meses para preparar um plano de implementação, de acordo com o secretário de Estado, Bence Rétvári.

No entanto, as disposições do pacto suscitaram preocupações na Hungria.

Rétvári afirmou que Bruxelas pretende desviar uma parte do financiamento da coesão para "fins de migração".

Isso significa que o dinheiro seria destinado a pagar as pessoas para garantir que os países sigam as regras sobre quantos migrantes recebem.

O secretário de Estado alertou que a Hungria e outras nações podem enfrentar multas de até € 20.000 por migrante recusado.

A posição firme da Hungria

Durante uma reunião do C5 em Liubliana, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Péter Szijjártó, reiterou a posição da Hungria sobre a imigração ilegal.

Ele afirmou que o governo vê as violações fronteiriças como ataques à soberania do país e enfatizou a importância de desmantelar as redes de contrabando de pessoas.

"Criminosos e migrantes dispararam tiros contra guardas de fronteira em várias ocasiões, o que é completamente inaceitável (...) Não precisamos dessas pessoas na UE", declarou Szijjártó.

Sobre a guerra na Ucrânia, Szijjártó reconheceu que mais de um milhão de refugiados entraram na Hungria desde o início do conflito.

Ele enfatizou que nenhum dos lados poderia alcançar a vitória apenas por meios militares, ressaltando a necessidade de negociações de paz para evitar mais perdas de vidas e destruição.

"Quanto mais cedo houver um cessar-fogo e negociações de paz, menos pessoas morrerão e a destruição será menos prejudicial", disse o ministro das Relações Exteriores.

A alegada campanha de propaganda pró-imigração de Bruxelas

Segundo Rétvári, a Comissão Europeia planeja lançar uma "ampla campanha pró-imigração" nos Estados-membros. Esta alegada campanha, financiada por dinheiros públicos, visa retratar favoravelmente o pacto migratório e envolver as representações da UE em cada país.

"Entende-se em Bruxelas que as pessoas não vão apoiar a migração e procuram convencê-las, através de uma campanha na imprensa, de que beneficiariam de acolher migrantes ilegais de acordo com as quotas", afirmou Rétvári.

Linhas de batalha traçadas

À medida que o pacto migratório da UE se aproxima, a Hungria continua firme em sua oposição à imigração ilegal e nas tentativas percebidas de minar sua soberania.

Os líderes do país prometeram proteger suas fronteiras e resistir às cotas obrigatórias de distribuição de migrantes, preparando o terreno para potenciais conflitos com Bruxelas.