Comissário da UE apela ao aumento da migração legal para fazer face ao envelhecimento da mão de obra

Comissário da UE apela ao aumento da migração legal para fazer face ao envelhecimento da mão de obra

A União Europeia deve aumentar a migração legal em até um milhão de pessoas por ano para compensar as perdas da sua força de trabalho envelhecida, disse a chefe dos assuntos internos do bloco no dia 8 de janeiro.

Durante uma visita a Atenas, a Comissária Europeia para os Assuntos Internos, Ylva Johansson, afirmou que os fluxos de migração legal têm de se expandir de uma "forma ordenada" para colmatar a falta de mão de obra na União Europeia a 27.

"A migração legal funciona muito bem, mas não é suficiente", afirmou. "A força de trabalho da UE está a diminuir um milhão de pessoas por ano. Isso significa que a migração legal deveria crescer mais ou menos um milhão por ano."

Fundos destinados a apoiar a proteção das fronteiras e os esforços de migração

As declarações de Johansson coincidem com o anúncio de um financiamento adicional de 2 mil milhões de euros da UE até 2027 para apoiar a implementação de novas políticas de migração e asilo.

A promessa foi feita pelo Vice-Presidente da Comissão Europeia, Margaritis Schinas, que sublinhou o facto de Estados-Membros como a Grécia serem os principais beneficiários.

"Isto significa apoio prático direto à Grécia nas fronteiras externas, incluindo equipamento, pessoal e sistemas de informação", afirmou Schinas.

Cerca de metade do orçamento suplementar será destinado a infra-estruturas e tecnologias de controlo das fronteiras no âmbito do novo pacto da UE em matéria de migração e asilo.

A parte restante será atribuída ao longo dos próximos dois anos para facilitar as iniciativas dos Estados-Membros em matéria de migração e fronteiras.

O défice de mão de obra leva à expansão dos canais de migração legal

O apelo urgente para expandir a migração legal reflecte a intensificação da escassez de mão de obra na economia da UE.

Johansson observou que o bloco precisa de um fluxo constante de migrantes para compensar o milhão de trabalhadores que deixam a força de trabalho anualmente.

"Isso significa que já resolvemos todos os desafios? Claro que não. Há muitos mais", admitiu. "Mas esta é a prova de que, quando trabalhamos em conjunto, podemos gerir muita coisa."

A Comissão Europeia tem sublinhado o papel indispensável da migração na manutenção do equilíbrio demográfico da UE.

As suas projecções apontam para um declínio significativo da população em idade ativa sem fluxos de imigrantes.

O Primeiro-Ministro Mitsotakis defende os progressos em matéria de migração

A ênfase renovada da Comissão Europeia na gestão da migração foi elogiada pelo Primeiro-Ministro grego Kyriakos Mitsotakis.

Ao discursar juntamente com Johansson e Schinas numa conferência sobre migração em Atenas, Mitsotakis salientou o êxito da Grécia na redução das entradas irregulares de migrantes em comparação com os seus parceiros europeus.

Ele contrastou favoravelmente as condições atuais nas ilhas do Egeu Oriental com a situação em 2019.

"Em 2023, gerimos os fluxos migratórios de forma mais eficaz do que muitos dos nossos parceiros", proclamou Mitsotakis.

O primeiro-ministro conservador descreveu a migração como uma oportunidade económica e não como uma questão inerentemente divisiva.

Defendeu dois pilares políticos: uma forte segurança nas fronteiras e o alargamento das vias legais para os trabalhadores migrantes.

"Podemos encontrar um equilíbrio; a Grécia pode liderar o caminho", afirmou Mitsotakis, admitindo que há mais trabalho pela frente.

Novo pacto para simplificar as aprovações do ETIAS

A agenda alargada da Comissão Europeia em matéria de migração legal tem implicações importantes para o sistema ETIAS do bloco, que será lançado em maio de 2025.

O Sistema Europeu de Informação e Autorização de Viagem exigirá que os cidadãos extracomunitários isentos de visto obtenham uma autorização de viagem antes de entrarem no espaço Schengen.

O sistema tem por objetivo reforçar a segurança através da análise dos requerentes em bases de dados sobre criminalidade e saúde.

Os peritos prevêem uma maior simplificação das aprovações do ETIAS com a ênfase do Novo Pacto para a Migração na atração de migrantes legais.

Os objectivos da política estão alinhados com a facilitação da entrada de viajantes e trabalhadores legítimos.

Plano atribui aos Estados-Membros o ónus de alinhar as políticas de imigração

O Novo Pacto sobre Migração e Asilo também terá impacto nas políticas de imigração dos Estados-Membros.

O acordo pressiona os governos nacionais a reforçarem os controlos nas fronteiras externas e a expandirem as oportunidades de migração legal.

Como tal, o sucesso do plano depende da vontade de cada Estado em alinhar os sistemas para melhorar a admissão e a retenção de trabalhadores e famílias imigrantes.

A expansão das vias legais ainda deixa a UE a enfrentar uma batalha difícil

O apelo urgente da Comissão Europeia para o alargamento dos canais de migração legal reflecte a grave escassez de mão de obra na UE.

Foi orçamentado um montante adicional de 2 mil milhões de euros até 2027 para financiar os esforços de migração e controlo das fronteiras.

O Primeiro-Ministro grego, Mitsotakis, posicionou a Grécia como um exemplo de gestão eficaz dos fluxos migratórios regionais.

No entanto, os peritos alertam para o facto de que colmatar totalmente o enorme défice de mão de obra da UE continuará a ser um desafio permanente.