UE chega a acordo para reforçar a recolha de dados dos passageiros dos transportes aéreos

UE chega a acordo para reforçar a recolha de dados dos passageiros dos transportes aéreos

A União Europeia concordou em criar novas regras para a coleta e o uso de informações de viajantes aéreos.

As regras visam melhorar a segurança das fronteiras e os esforços de aplicação da lei contra o terrorismo e a criminalidade grave.

Melhoria na coleta e compartilhamento de dados

As regras garantem que as companhias aéreas coletem informações padronizadas dos viajantes, o que é chamado de Informações Antecipadas de Passageiros (API).

Os dados necessários da API incluem:

  • Nome do passageiro

  • Data de nascimento

  • Nacionalidade

  • Detalhes do documento de viagem

  • Informações sobre assentos

  • Detalhes da bagagem

As companhias aéreas também devem coletar certos detalhes do voo, como números de voo, códigos de aeroporto e horários de chegada/partida.

Os dados serão coletados automaticamente por meio da digitalização de passaportes legíveis por máquina sempre que possível.

A recolha manual é permitida durante um período transitório de dois anos. As regras também exigem um hub central na UE para facilitar o envio de dados pelas companhias aéreas às agências de fronteira e de aplicação da lei.

Melhorar a gestão das fronteiras e a aplicação da lei

Espera-se que o processo simplificado de coleta e envio de dados API ajude tanto as autoridades de fronteira quanto as autoridades policiais.

As autoridades fronteiriças entenderão melhor quem está entrando no país, o que acelerará os controles antes do voo e o processamento das fronteiras. Isso significa esperas mais curtas para os viajantes e maior segurança para impedir a travessia não autorizada da fronteira.

Enquanto isso, as autoridades policiais podem usar dados da API junto com informações de reserva para ajudar a identificar viajantes de alto risco para verificar os hábitos de viagem de pessoas suspeitas de irregularidades.

Próximos passos

O acordo provisório ainda precisa ser revisado por representantes dos países da UE antes de ser oficialmente aprovado por todo o Parlamento Europeu e pelo Conselho.

Se aprovado, os Estados-membros terão dois anos para cumprir os novos regulamentos de dados API.

O sistema de roteador centralizado pode ser expandido posteriormente para incluir também dados de registro de nome de passageiros (PNR). Isso poderia melhorar ainda mais os esforços de segurança e, ao mesmo tempo, reduzir custos e erros de dados.

Implicações para visitantes e imigrantes

Os novos regulamentos de dados API afetarão todos os que voam para dentro e ao redor da UE, incluindo turistas e imigrantes.

Embora a isenção de visto do ETIAS (Sistema Europeu de Informação e Autorização de Viagem) ainda esteja programada para ser lançada em meados de 2025, a coleta simplificada de dados da API pode ajudar a acelerar as verificações de antecedentes dos solicitantes.

Essas regras também podem tornar mais rápida a passagem de pessoas com ETIAS pelo controle de passaporte na fronteira.

Para as pessoas que permanecem na UE durante mais tempo, como nómadas digitais, estudantes e famílias, uma partilha de dados mais rigorosa visa melhorar a segurança da UE.

Efeitos nas políticas de imigração

Além do sistema ETIAS pendente, alguns especulam se a pressão por mais dados de viajantes poderia influenciar futuras reformas de imigração da UE.

Os regulamentos resultarão em mais verificações de antecedentes para todos os que solicitam vistos e cruzam a fronteira?

Garantir a segurança é crucial, mas os decisores políticos da UE têm de encontrar um equilíbrio entre tornar os sistemas de imigração eficientes e proteger os direitos e liberdades das pessoas.

O sucesso de novas iniciativas de dados, como o roteador API, provavelmente afetará esse debate em andamento.

Reforço da segurança e da eficiência

O acordo provisório sobre dados API mostra que a UE está a trabalhar para utilizar a tecnologia e partilhar informações para melhorar a segurança das fronteiras e a aplicação da lei.

Uma recolha e análise de dados mais eficientes visa melhorar os resultados para os cidadãos da UE, bem como para os visitantes.