UE adota oficialmente pacto migratório histórico

UE adota oficialmente pacto migratório histórico

O Conselho da União Europeia aprovou importantes alterações ao sistema de migração e asilo da UE. O novo pacto estabelece regras para gerenciar as chegadas de migrantes, criar procedimentos uniformes e compartilhar responsabilidades de forma justa entre os países membros.

O objectivo é tornar o sistema de asilo mais eficaz e reforçar a cooperação entre os países da UE.

Uma abordagem revisada para o gerenciamento de migração

O Conselho aprovou dez actos legislativos destinados a melhorar todo o quadro europeu em matéria de asilo e migração.

Uma lei permite que as autoridades direcionem os migrantes e as fronteiras de asilo para os procedimentos corretos. A base de dados Eurodac actualizada recolherá dados mais precisos sobre várias categorias de migrantes.

O regulamento relativo ao procedimento de asilo tornará o processo de asilo mais suave e exigirá um procedimento fronteiriço obrigatório em determinadas situações.

Procedimento fronteiriço obrigatório e mecanismo de solidariedade

Uma parte fundamental da nova reforma é um procedimento fronteiriço obrigatório para alguns requerentes de asilo. Este procedimento destina-se a avaliar rapidamente se os pedidos não são válidos ou não podem ser aceites nas fronteiras da UE.

As novas regras também incluem um mecanismo de solidariedade para garantir que todos os países membros compartilhem a responsabilidade de forma mais justa.

Os países podem ajudar realocando requerentes de asilo, dando apoio financeiro ou fornecendo outros tipos de assistência.

Preparação para situações de crise e força maior

A reforma inclui medidas para lidar com emergências, como um grande número de chegadas ou situações especiais.

Nestes casos, os Estados-Membros podem alterar temporariamente algumas regras e pedir assistência extra a outros países da UE.

Este plano de emergência necessita da aprovação do Conselho e só pode ser utilizado durante o tempo necessário para gerir a situação.

Externalização dos procedimentos de migração para países terceiros

Enquanto a UE trabalha para colocar o novo plano de migração em ação, alguns países, como a República Tcheca e a Dinamarca, querem terceirizar os procedimentos de migração fora da UE. Eles propõem o envio de migrantes para outros países antes que eles cheguem à UE.

No entanto, esse plano enfrenta desafios. A Frontex, a agência de fronteiras da UE, não pode trabalhar fora das fronteiras da UE, e há preocupações quanto à utilização de fundos da UE para esta ideia.

A proposta de terceirizar a migração para fora da UE causou divergências políticas.

Os críticos argumentaram que não oferece uma solução europeia unida e que os partidos de centro-direita podem estar seguindo ideias de extrema direita.

Na Alemanha, o governo está dividido, com os Verdes contra. No entanto, a conservadora CDU, que é popular nas sondagens, apoia este "modelo ruandês" e incluiu-o nos seus principais planos partidários.

Implementação do pacto e enfrentamento de obstáculos políticos

A adoção do pacto da UE em matéria de migração e asilo é um passo importante para um sistema europeu de asilo melhor e mais justo. A reforma visa gerir as chegadas de migrantes e criar procedimentos coerentes.

No entanto, a ideia de terceirizar a migração para fora da UE mostra que ainda há desafios e divergências políticas.

À medida que os países trabalham para seguir o novo pacto, trabalhar em estreita colaboração com outros países será essencial para abordar as razões por trás da migração irregular.