À medida que a invasão da Ucrânia pela Rússia se aproxima de seu segundo aniversário, mais e mais ucranianos buscam refúgio temporário na União Europeia (UE). Em dezembro de 2023, o número de pessoas que procuraram abrigo ultrapassou 4,3 milhões.
Novos dados da agência de estatística da UE, Eurostat, revelam detalhes importantes sobre a escala e a distribuição desta crise de refugiados.
Alemanha lidera países anfitriões da UE
Com mais de 1,25 milhão de pessoas da Ucrânia buscando refúgio na Alemanha, tornou-se o principal país anfitrião da UE, abrigando 29% de todos os necessitados.
Polônia e República Tcheca vêm em segundo e terceiro lugar, acolhendo 22,1% e 8,7% dos refugiados ucranianos do bloco, respectivamente.
Aumentos notáveis ocorreram na Alemanha, República Tcheca e Espanha em dezembro, enquanto diminuições marginais atingiram Itália, França e Polônia.
Em relação ao número de refugiados por pessoa, países menores como República Tcheca, Bulgária, Estônia, Lituânia e Polônia são os principais anfitriões.
Mulheres e crianças em destaque entre os beneficiários
Os cidadãos ucranianos representam mais de 98% dos beneficiários de proteção temporária na UE.
Mulheres e crianças têm um impacto maior nesse grupo específico, representando quase 80% do total afetado.
As mulheres adultas lideram com 46,2%, enquanto as crianças menores de 18 anos representam 33,2%. Os homens adultos ficam atrás com apenas 20,6%.
UE alarga proteção até 2025
Prevendo que não haveria fim à vista para o conflito que alimenta esta crise de refugiados, a UE votou para estender a proteção temporária para ucranianos deslocados até março de 2025.
Iniciado pela primeira vez em março de 2022 após a invasão da Rússia, este status de proteção especial fornece acesso a autorizações de residência, moradia, cuidados médicos, educação para crianças e muito mais nos 27 Estados-membros.
Lançamento do ETIAS em meio ao fluxo de refugiados
À medida que a UE se prepara para lançar seu Sistema Europeu de Informação e Autorização de Viagem (ETIAS) em maio de 2025, o número de refugiados ucranianos que chegam pode mudar quem pode se inscrever e como eles podem solicitá-lo.
Uma vez implementado, o ETIAS exigirá triagem pré-viagem para viajantes isentos de visto para o Espaço Schengen.
Até 2025, mais de 4 milhões de cidadãos ucranianos extras podem se tornar elegíveis para entrar sem visto. Isso poderia colocar uma pressão repentina sobre as habilidades de triagem do ETIAS.
Equilibrando prioridades de proteção e segurança
À medida que os países da UE acolhem milhões de refugiados ucranianos, eles devem encontrar uma maneira de priorizar tanto a ajuda aos necessitados quanto a garantia da segurança de suas fronteiras.
A formulação de políticas de imigração coerentes e éticas no contexto desta crise surge como um grande desafio.
O sucesso depende de uma coordenação eficiente entre a Comissão Europeia, os ministérios do Interior dos Estados-membros, as autoridades aduaneiras, as organizações humanitárias e as agências de aplicação da lei.
O equilíbrio entre proteção e segurança pode impactar legislações como o ETIAS e moldar a direção da política de imigração do bloco.
Suporte contínuo necessário
À medida que esta crise de refugiados continua a evoluir em 2024, os países da UE enfrentam uma pressão crescente para manter elevados padrões de cuidados e apoio aos ucranianos sob a sua proteção.
Alcançar uma distribuição e assistência equitativas em todos os países de acolhimento surge como um desafio fundamental a curto e a longo prazo.