Aeroportos finlandeses registam aumento de passageiros, mas mantêm-se abaixo dos níveis anteriores à pandemia

Aeroportos finlandeses registam aumento de passageiros, mas mantêm-se abaixo dos níveis anteriores à pandemia

Os aeroportos finlandeses registaram um aumento do número de passageiros em 2023, mas continuam abaixo dos volumes anteriores à pandemia, de acordo com os dados divulgados esta semana pelo operador aeroportuário Finavia.

Viagens domésticas recuperam

Estima-se que 18,3 milhões de passageiros tenham passado pelos aeroportos finlandeses no ano passado, um aumento de 19% em relação a 2022.

Cerca de 80% destas viagens foram voos internacionais, sendo as restantes rotas domésticas.

"Estamos tentando ativamente melhorar a acessibilidade da Finlândia, fortalecendo as conexões aéreas em cooperação com companhias aéreas e organizações de turismo", disse Petri Vuori, vice-presidente sênior de vendas e desenvolvimento de rotas da Finavia.

A empresa comunicou a existência de mais de 130 rotas directas da Finlândia para destinos em todo o mundo em 2023.

Vuori afirmou que o número de passageiros aumentou particularmente nos voos europeus, mas também surgiram tendências positivas para rotas de longo curso para a América do Norte e Ásia.

Números recorde na Lapónia

O aumento foi especialmente acentuado na Lapónia finlandesa, que registou um volume recorde de passageiros em novembro e dezembro.

Os aeroportos da região serviram 547 773 passageiros que chegaram e partiram durante os dois meses.

Durante o ano inteiro, cerca de 1,5 milhões de passageiros passaram pelos aeroportos da Lapónia, o que reflecte um aumento de 20% em relação a 2022.

Helsínquia continua a ser o mais movimentado da Finlândia

O aeroporto de Helsínquia manteve o título de mais movimentado da Finlândia, com 15,3 milhões de passageiros em 2023.

Este número inclui uma estimativa de 2 milhões de passageiros em transferência que utilizam Helsínquia como centro.

Ainda assim, o número fica muito aquém da contagem de passageiros em transferência pré-pandemia de Helsínquia, que atingiu 3,6 milhões em 2019.

Os especialistas do sector citaram a proibição do espaço aéreo pela Rússia, na sequência da invasão da Ucrânia, como um fator-chave que impede uma recuperação total.

A proibição teve um impacto particular nos voos entre a Finlândia e destinos na Ásia.

Perspectivas incertas

Embora o aumento do número de passageiros no ano passado seja um sinal positivo para a recuperação da indústria do turismo na Finlândia, o regresso aos níveis de tráfego pré-COVID continua a ser incerto, tendo em conta os contínuos ventos contrários económicos e geopolíticos.

Por enquanto, os aeroportos e as companhias aéreas estão concentrados em aumentar as rotas e a capacidade para satisfazer o aumento da procura.

No entanto, os analistas disseram que ainda pode levar anos até que os volumes de passageiros voltem aos patamares vistos em 2019.

ETIAS pode ajudar na recuperação do turismo

Os responsáveis do sector esperam que o próximo lançamento do Sistema Europeu de Informação e Autorização de Viagem (ETIAS), em maio de 2025, ajude a impulsionar uma recuperação dos visitantes da Europa e de outros países elegíveis, uma vez implementado.

O novo sistema de autorização prévia à viagem tem como objetivo aumentar a segurança e, ao mesmo tempo, facilitar a entrada de viajantes de curto prazo.

Ao eliminar o atrito do processo de entrada, o ETIAS tem o potencial de encorajar mais visitantes europeus a experimentar a aurora boreal, o cenário de design e os festivais de verão da Finlândia.

O programa de isenção de vistos pode também incentivar os nómadas digitais, os estudantes e outros imigrantes de longa duração dos países da UE a mudarem-se.

No entanto, os ganhos duradouros dependem da estabilidade política e da abertura das fronteiras em toda a região de Schengen.

Espaço Schengen: a chave para a recuperação da aviação

Embora o ETIAS simplifique os procedimentos para as pessoas que entram na UE, os executivos do sector da aviação sublinham que a estabilidade entre os Estados membros de Schengen continua a ser fundamental para uma recuperação sustentada do tráfego.

A persistência de restrições devido à pandemia e os conflitos fronteiriços perturbaram as viagens intra-europeias nos últimos três anos.

Só salvaguardando a liberdade de circulação no espaço Schengen é que as plataformas europeias, como Helsínquia, poderão manter os seus volumes de passageiros em trânsito.

A garantia de direitos sólidos dos passageiros e de transferências sem descontinuidades entre os países do espaço Schengen constitui a pedra angular do relançamento do turismo em todo o continente, bem como das ambições da Finlândia em matéria de plataformas de correspondência.

Recuperação ainda em curso

Embora os últimos números assinalem um passo na direção certa, os aeroportos da Finlândia ainda não recuperaram totalmente do impacto devastador da pandemia nas viagens globais.

Os operadores continuam concentrados na reconstrução das redes de rotas e em atrair de novo os passageiros, mas os analistas alertam para o facto de o volume de passageiros anterior à crise poder não regressar durante anos, num clima geopolítico e económico difícil.

Por agora, os aeroportos vão celebrar os ganhos onde os conseguirem encontrar, enquanto se esforçam por recuperar os níveis de tráfego recorde de um passado não muito distante.

Embora optimistas quanto ao crescimento futuro, os executivos compreendem que a recuperação ainda tem uma longa pista pela frente.